África Digital: Cresce o Cibercrime e Ameaça Negócios – O Que É e Como Se Proteger
Introdução
Um relatório recente da INTERPOL revela que, em 2025, o cibercrime na África atingiu níveis alarmantes, principalmente em países com mais de 500 milhões de usuários de internet. Isso coloca em risco empresas, governos e pessoas — e traz lições importantes para qualquer economia em desenvolvimento.
Principais ameaças destacadas
- Fraudes online (scams e phishing)
- Phishing: golpe que imita e-mails ou sites confiáveis para roubar informações, como senhas e dados bancários.
- Em algumas regiões da África, esse tipo de ataque já representa mais de 30% de todos os crimes relatados .
- Ransomware
- Software malicioso que bloqueia dados e exige pagamento para liberá-los.
- Empresas, laboratórios e até sistemas de transporte já foram afetados. Na Nigéria, por exemplo, houve um ataque que exigiu US$7 milhões.
- Business Email Compromise (BEC)
- Invasão de contas de e-mail corporativas para desviar dinheiro ou enganar parceiros.
- Observou-se aumento significativo desses golpes organizados, alguns transnacionais .
- Extorsão digital e sextortion
- Golpes que ameaçam divulgar imagens íntimas ou dados sensíveis.
- Cerca de 60% dos países africanos relataram aumento desse tipo de crime .
- Fraudes com Trojans bancários e info-stealers
- Trojan bancário: malware camuflado que rouba dinheiro diretamente da conta do usuário.
- Info-stealer: rouba informações — como senhas — e vende para criminosos, apoiando fraudes maiores .
- AI-driven fraud (fraudes com inteligência artificial)
- Uso de IA para criar e-mails falsos, deepfakes e amplificar golpes.
- Esse novo risco cresce, mas muitos governos ainda não estão preparados.
Por que a situação está ficando pior
- Leis defasadas e falta de capacitação: quase todos os países africanos têm sistemas legais ou policiais despreparados para lidar com crimes digitais.
- Infraestrutura precária: poucas delegacias têm centros de relatório de incidentes, bancos de evidências digitais ou inteligência cibernética .
- Falta de cooperação internacional: processos legais como o auxílio mútuo são lentos e ineficientes, dificultando investigações transfronteiriças.
- Parceria pública-privada limitada: a comunicação entre empresas de tecnologia, bancos e polícia é insuficiente, atrasando a troca de informações cruciais.
Avanços e iniciativas promissoras
- Reforma legal: diversos países estão modernizando as leis para melhor enfrentar crimes cibernéticos.
- Cooperação reforçada: operações lideradas pela INTERPOL e AFRIPOL, como Serengeti e Red Card, resultaram em mais de 1.000 presos e mais de 100 mil infraestruturas maliciosas desativadas .
- Parcerias com empresas de segurança: Kaspersky, Trend Micro e outras fornecem dados, treinamentos e suporte técnico
Recomendações práticas (aprendidas com o relatório)
- Capacitar as forças de segurança: mais especialistas em investigação digital e ferramentas de forense.
- Revisar e atualizar leis: aproximar as legislações locais dos padrões internacionais e facilitar investigações cruzadas.
- Fortalecer cooperação internacional: agilizar processos de ajuda mútua jurídica e troca de informações.
- Ampliar parcerias público-privadas: estabelecer protocolos para acesso rápido a dados e suporte técnico.
- Investir em prevenção: campanhas educacionais, inclusão de cibersegurança nas escolas e adoção de boas práticas (senhas fortes, autenticação por múltiplos fatores, cautela com links suspeitos).
- Adotar novas tecnologias: usar inteligência artificial, análise de dados em tempo real e automação no combate a golpes e fraudes.
Conclusão
O relatório da INTERPOL destaca que o cibercrime na África não é apenas um problema local — trata-se de uma tendência global, presente em economias em plena expansão . Para negócios e governos, a mensagem é clara: digitalizar sem proteção é abrir a porta para criminosos.
Investir em leis modernas, tecnologia, capacitação e cooperação — tanto dentro quanto fora do país — é fundamental para transformar oportunidades digitais em crescimento seguro.
Referências
- INTERPOL – New INTERPOL report warns of sharp rise in cybercrime in AfricaDisponível em: https://www.interpol.int/en/News-and-Events/News/2025/New-INTERPOL-report-warns-of-sharp-rise-in-cybercrime-in-Africa
- INTERPOL – Cybercrime: Africa Cyberthreat Assessment Report 2025 (PDF)Disponível em: https://www.interpol.int/en/content/download/23094/file/Cybercrime_Africa%20Cyberthreat%20Assessment%20Report_Design_FINAL.pdf
- Kaspersky – Economias em desenvolvimento enfrentam maiores riscos de cibercrime até 2025, alerta a INTERPOLDisponível em: https://www.kaspersky.com.br/blog/developing-economies-cybersecurity-risks-2025-interpol/23965/
- Africa Legal – Greater collaboration needed to combat rising cybercrime that threatens Africa’s developmentDisponível em: https://www.africa-legal.com/news/greater-collaboration-needed-to-combat-rising-cybercrime-that-threatens-africas-economic-and-social-development-says-new-interpol-report/121968