Como os Hackers Atacam a Geração Z: Riscos Digitais para Jovens Nativos Digitais
A geração Z, também conhecida como “Zoomers”, compreende pessoas nascidas entre 1997 e 2012. Embora haja uma diferença de 15 anos entre os mais velhos e os mais novos, todos compartilham uma característica marcante: são nativos digitais. Praticamente não lembram de um tempo sem computadores, smartphones e redes sociais. Essa imersão digital faz com que sejam alvos frequentes de cibercriminosos, especialmente devido ao seu envolvimento intenso com games, séries, filmes e anime
Ameaças aos Gamers
Entre abril de 2024 e abril de 2025, foram registrados pelo menos 19 milhões de tentativas de distribuição de malware disfarçado de jogos populares entre a geração Z. Os três jogos mais visados foram GTA, Minecraft e Call of Duty, juntos responsáveis por impressionantes 11,2 milhões de ataques. Esses títulos atraem tanto jogadores quanto criminosos porque oferecem alta rejogabilidade e comunidades online gigantescas, onde os usuários estão sempre buscando mods, cheats e versões crackeada.
Uma das principais ameaças enfrentadas por gamers da geração Z é o phishing. Criminosos se passam por entidades confiáveis, prometendo recompensas gratuitas dentro dos jogos para convencer os usuários a compartilhar dados pessoais. Outra tática comum são trocas tentadoras e promessas de dinheiro fácil dentro dos games.
Um exemplo recente foi um site de phishing que imitava uma campanha oficial da Riot Games, misturando o universo do jogo Valorant com a série animada Arcane. Os jogadores eram convidados a “girar a roleta” para ganhar skins exclusivas, mas, na verdade, entregavam dados de suas contas, cartões de crédito e números de telefone a terceiros, sem receber nenhum prêmio
Além do phishing, em novembro de 2024 foi descoberta uma campanha que distribuía o malware Hexon disfarçado de instaladores de jogos. Uma vez instalado, esse malware roubava dados de plataformas como Steam e também de aplicativos de mensagens e redes sociais, como Telegram, WhatsApp, TikTok, YouTube, Instagram e Discord. O Hexon era promovido em fóruns, chats de Signal e Telegram, canais do Discord e sites de compartilhamento de arquivos. O modelo de negócio era o chamado “malware-as-a-service”, onde criminosos menos experientes podiam adquirir o malware por um preço. Posteriormente, o Hexon foi rebatizado como “Leet” e passou a ser capaz de detectar máquinas virtuais, evitando ser analisado em ambientes controlado.
Ameaças aos Fãs de Séries, Filmes e Animes
Os fãs de streaming também são alvos frequentes. No mesmo período, a Kaspersky registrou cerca de 85 mil ataques usando o nome Netflix como isca — o equivalente a quase 233 tentativas por dia. Além disso, foram registrados 250 mil ataques voltados para fãs de anime, e mais de sete milhões de contas de streaming vazadas.
Os principais serviços explorados foram Netflix, Amazon Prime Video, Disney+, Apple TV+ e HBO Max. Os criminosos usavam e-mails de phishing, simulando mensagens oficiais das plataformas, para induzir os usuários a renovar assinaturas ou atualizar dados de pagamento em sites falsos. Esses e-mails eram tão bem feitos que muitos usuários não percebiam a fraude.
Além de roubar dados pessoais, os criminosos também distribuíam malware. O RiskTool foi um dos mais utilizados, presente em cerca de 80% das tentativas. Embora não seja um malware em si, ele é frequentemente usado para ocultar ameaças como mineradores de criptomoedas no sistema infectado.
Os fãs de anime não ficaram de fora. Mais de 65% da geração Z consome anime regularmente, o que explica o grande número de ataques. Entre os títulos mais visados estão Naruto, One Piece, Demon Slayer, Attack on Titan e Jujutsu Kaisen, totalizando mais de 250 mil tentativas de ataque. O destaque foi Naruto, com mais de 114 mil ataques registrados.
Como se Proteger
Para se manter seguro online, a geração Z deve seguir algumas regras básicas de cibersegurança:
• Baixe apenas de fontes oficiais: Evite torrents, sites suspeitos e links compartilhados por desconhecidos em fóruns e chats.
• Ative a autenticação em dois fatores (2FA): Utilize sempre que possível, inclusive em serviços de jogos e streaming.
• Desconfie de ofertas milagrosas: Não acredite em promoções de skins, cheats, moedas virtuais ou episódios vazados.
• Use cartões virtuais para pagamentos online: Assim, seu cartão principal fica protegido em caso de fraude.
• Utilize soluções de segurança robustas: Um bom antivírus pode detectar sites de phishing e ameaças já presentes no dispositivo.
Manter-se informado e adotar boas práticas digitais é fundamental para evitar cair em golpes e proteger seus dados pessoais e financeiros.